sábado, 21 de fevereiro de 2009

À memória de um riso

Fazia me feliz esse teu riso simples e calmo como tu. Aquelas tuas duas gargalhadas seguidas depois de me deixares sorrir com os olhos. Mas depois só perguntaste pelo menos importante. Esqueceste-te de quando me sentei ao teu lado no sofá e enconstei a minha cabeça no teu ombro. Esqueceste-te também de quando o teu braço abraçou o meu pescoço e de quando a tua mão foi procurar a minha debaixo da manta por cima de nós. Mesmo a serenidade com a qual me acariciavas as mãos, com que mas agarravas, tu esqueceste! Agora tens saudades, se isso é saudade, não de quando adormecíamos em conhchinha, mas de momentos que por desconhecimento não faziam parte do meu amor por ti. Fui feliz, não com o amor que me deste, nem com o amor que te dei, porque não houve amor. Não sei, ainda hoje, o que realmente houve entre nós. Talvez partilha de carinhos que por outros nos eram negados. Apesar de hoje perguntares pelo menos importante, eu perdoo-te, tal como tu me perdoas as minhas exigências absurdas, porque me fazes sorrir, a mim e aos meus olhos, quando me lembro desse teu jeito simpático de rir. É essa a imagem que guardo dentro de mim, é essa a melodia que me atordoa quando me vens à memória.

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